Mães denunciam que cancelamentos continuam, colocando em risco a vida das crianças

Texto: Os planos de saúde, ameaçados por uma CPI, fecharam um acordo com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), para interromper o cancelamento de contratos de crianças com autismo, paralisia cerebral e outras doenças. No entanto, mães denunciaram ao UOL que os cancelamentos continuam, apesar do acordo.

Werica Gonçalves de Farias, mãe de Daniel Antonio Rosa Farias, 3 anos, foi informada na última quinta-feira (6) que o contrato do filho seria cancelado, mesmo após a promessa feita aos deputados. Daniel tem AME tipo 1 e depende de aparelhos para se manter vivo. O cancelamento está previsto para o dia 19 de junho de 2024.

A Supermed, administradora do plano de saúde, se isentou da responsabilidade pelos cancelamentos, afirmando que a decisão é unilateral das operadoras. A Abramge, Associação Brasileira de Planos de Saúde, garante que suas associadas estão cumprindo o acordo firmado com Lira.

Fabiane Simão, presidente da associação de mães Nenhum Direito a Menos, denunciou que os planos de saúde estão expulsando crianças doentes de seus contratos. Segundo ela, o lucro está acima da vida, e as crianças são tratadas como números que podem ser deletados do sistema.

Além de Werica, outras mães relataram ao UOL que tiveram os planos de saúde cancelados após o acordo com a Câmara dos Deputados. Elas temem que as crianças regredirem ou até mesmo morrerem por falta de terapias. A professora Suelen Peres, por exemplo, conseguiu uma liminar judicial para o atendimento do filho, mas o plano se recusou a restabelecer o contrato.

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